Um pouco da história do Consulado
Há referências ao consulado em Paris que datam do ano 1760, como é o caso das cartas do Conde Aposentador-Mor sobre negócios do Cônsul de França. Parte substancial da documentação anterior a 1832, referente a esta representação consular, sem dúvida uma das mais antigas representações de Portugal, encontra-se no Arquivo Nacional da Torre do Tombo.
Por este consulado passaram figuras da maior relevância da sociedade portuguesa, de entre as quais se destaca Eça de Queiroz, que aqui exerceu funções de finais de 1888 a 1894.
Instalações
No ano de 1876, os serviços do Consulado encontravam-se na Avenida de Caumartin, em Paris 9.
No ano de 1877 passaram a funcionar no nº 29 da Avenida Wagram, em Paris 8, aí tendo permanecido até 1939.
De 1939 a Maio de 1965, funcionaram no nº 18 da Avenida Kléber, em Paris 16.
De Maio de 1965 a 30 de Abril de 1981, permaneceram no nº 10 da Rua Edouard Fournier, em Paris 16.
De 1 de Maio de 1981 até 30 de Abril de 1999, funcionaram num imóvel situado no nº 187 da Rua du Chevaleret, em Paris 13.
Desde 1 de Maio de 1999 o Consulado-Geral de Portugal em Paris encontra-se nas suas atuais instalações, nos números 6 a 8 da Rue Georges Berger, em Paris 17, após a aquisição do edifício pelo Estado Português em julho de 1998.
Os registos de propriedade existentes não permitem conhecer com precisão a data de construção dos prédios nº 6 e 8 da Rue Georges Berger. De qualquer modo, segundo os mesmos registos, parece incontestável que o prédio do nº 6 foi construído em pleno período "haussmaniano" (IIº Império) ou seja, entre 1860 e 1870, altura em que esta zona de Paris, 8º e 17º bairros, nomeadamente, foi completamente reconstruída, tornando-se o bairro residencial da grande burguesia parisiense.
Este prédio estava circundado de terrenos pertencentes à sociedade dos Irmãos Pereire (políticos e homens de negócio de origem portuguesa), muito conhecidos naquela época.
A sociedade "Pereire" vendeu os ditos terrenos para construção de residências particulares, em Junho de 1875. Os registos notariais, ainda que incompletos, confirmam a construção do prédio nº 6, antes desta data.
Quanto ao do nº 8, é típico da Arte Nova, o que situa assim a sua construção no princípio do século XX, em data anterior a 1918, já que nesse mesmo ano ambos os edifícios foram adquiridos por uma família de nome Chouard.
Estes prédios estão situados no perímetro de proteção dos monumentos históricos.
Georges Berger era um engenheiro de minas, deputado do 9º bairro de Paris e foi comissário geral da Exposição Universal de 1899. Habitou no prédio do nº 8.
Cônsules em Paris
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